Para o TJSC empréstimo fraudulento não presume dano moral

Para o TJSC empréstimo fraudulento não presume dano moral

A última sessão do Grupo de Câmaras de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina trouxe à tona discussão sobre o reconhecimento do dano moral em casos de empréstimo fraudulento.

A tese jurídica vinculante aprovada por maioria de votos em um Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), sob a relatoria do desembargador Marcos Probst, destaca a necessidade de uma análise detalhada em cada situação para a caracterização desse tipo de dano.

A base desse debate foi uma apelação cível apresentada por uma aposentada, que alegou ser vítima de uma ação fraudulenta e questionava a decisão de primeira instância que havia rejeitado seu pedido de indenização por danos morais.

Essa ação desencadeou o pedido de instauração do IRDR, com o objetivo de estabelecer a presunção do dano moral em casos semelhantes.

No entanto, o resultado foi contrário à pretensão inicial.

O desembargador Marcos Probst, em seu parecer, ressaltou que, para que a pretensão indenizatória seja bem-sucedida, o ofendido deve comprovar uma afetação concreta da dignidade da pessoa humana ou de um dos elementos da personalidade.

Isso inclui situações como o efetivo comprometimento da renda devido a descontos indevidos, negativação creditícia ou atingimento de um determinado percentual da margem consignável.

Esses elementos devem ser decorrentes de uma manifesta e comprovada fraude na contratação que resulta nos descontos indevidos.

O ponto crucial a ser destacado é a necessidade de uma análise minuciosa e individualizada em cada caso.

Não é suficiente apenas a alegação de empréstimo fraudulento para que o dano moral seja automaticamente reconhecido.

É fundamental demonstrar de forma concreta como essa fraude afetou negativamente a vida do indivíduo, comprometendo sua dignidade, sua estabilidade financeira ou outros aspectos essenciais de sua personalidade.

A decisão da Corte Catarinense ressalta a importância de considerar as particularidades de cada situação, evitando generalizações que poderiam levar a um cenário de indenizações indiscriminadas.

Dessa forma, busca-se garantir uma abordagem justa e equilibrada na análise de casos envolvendo empréstimos fraudulentos e seus impactos sobre os direitos e a dignidade dos consumidores.

Fonte: TJSC

Leia também

+ Banco e INSS são condenados por empréstimo consignado

+ Concedida a suspensão de cobrança de empréstimos para idosa vítima de golpe bancário

+ Bloqueio de aposentadoria: o que fazer

Imagem de gpointstudio no Freepik

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima